sexta-feira, 30 de abril de 2010

Acção de formação - Pérolas da despensa


Acção de formação - Pérolas da despensa
Psicomotricidade e jogos de movimento com materiais do dia-a-dia

A acção formativa destaca conteúdos teóricos e muitos exemplos práticos de jogos e exercícios, com vista a estimular e desenvolver as capacidades psicomotores e sociais de um grupo de participantes.

As componentes lúdicas, criativas e relacionais são dirigidas a grupos com idade a partir do pré-escolar, utilizando e explorando apenas materiais do dia-a-dia.

Os participantes terão um catálogo com exemplos e ideias para transformar objectos do uso diário em ricas ferramentas e utensílios. Estas devem facilitar a promoção e o estímulo das múltiplas capacidades  de um grupo de jogadores, em qualquer local disponível, não importa a dimensão ou as condições ambientais.

O módulo formativo combina conteúdos teóricos e vivências práticas numa dinâmica de diálogo e acção entre formador e participantes, com vista a estimular o espírito de grupo entre os formandos. 

Mais informações em:

quinta-feira, 29 de abril de 2010

III Jornadas Encantado (21 e 22 de Maio de 2010)






segunda-feira, 26 de abril de 2010

Workshop: Criação de jogos de aprendizagem multissensoriais


Crianças e jovens com dislexia e dificuldades de aprendizagem aprendem de forma mais eficaz se usarem métodos multisensoriais, ou seja se usarem o maior número possível de sentidos. Assim, com este workshop aprenderá a criar jogos e a adaptar jogos existentes para facilitar e promover a aprendizagem.

Destinatários:
Educadores, Professores, Animadores…

Local/Data/Duração:
A agendar / 4h

Preço:
30€

Mais informações em:
artespot.formacao@gmail.com


Fonte: 

domingo, 25 de abril de 2010

Reeducação dos erros mais usuais na disgrafia


Torres (2001), no livro “Dislexia, disortografia e disgrafia”, apresenta as seguintes formas concretas de reeducação dos erros mais usuais na disgrafia:

Forma das letras – os erros de desenho e forma das letras podem dever-se a um insuficiente conhecimento do grafema, a uma incapacidade de execução dos movimentos gráficos necessários à configuração dos mesmos, ou a uma deformação no traçado das letras, em consequência de uma excessiva velocidade de escrita. É muito importante que a criança repasse a configuração correcta de cada um dos grafemas e que interiorize a sua forma através de actividades variadas, como:

- Repassar o contorno das letras;

- Picotar e recortar letras;

- Reproduzir as letras em plasticina;

- Simular o formato das letras no ar;

- Executar as letras em espaços gráficos amplos, com tinta ou com pinturas;

- Executar as letras em folhas de papel quadriculado e liso.

Tamanho ou dimensão das letras – a má combinação de movimentos braço-mão-dedos origina os erros na proporcionalidade das letras. Os movimentos exclusivos do braço e o agarrar o lápis muito em cima dão lugar a letras grandes. Os movimentos exclusivos dos dedos e o agarrar o lápis muito em baixo, dão, pelo contrário, lugar a letras muito pequenas. Outras vezes, este problema de dimensão revela uma má percepção visuomotora. Apesar de puder usar os cadernos de duas linhas, a criança deve exercitar as regularidades da dimensão sem a ajuda de linhas, sendo favorável que comece por tomar como referência a primeira letra que escreveu.

Inclinações inadequadas – este tipo de dificuldade gráfica pode afectar tanto as próprias letras como a linha – inclinação interlinear. Existe uma forte relação entre a inclinação da escrita ou da linha, e a posição do papel e do corpo no decurso da escrita. Existem exercícios específicos que favorecem a estabilidade e direccionalidade da escrita, entre os quais se destacam:

- Traçado de linhas rectas;

- Traçado de linhas paralelas;

- Traçado de ondulações;

- União de dois pontos apenas com movimentos do pulso.

Quando o sujeito começa a escrever é necessário que pratique em folhas de papel unilinear, uma vez que estas fixam uma linha de base para a escrita.

Espaçamentos indevidos – estes verificam-se a dois níveis: entre linhas, ou entre linhas e palavras da mesma linha. As deficiências de separação podem dever-se a problemas de inclinação (uma inclinação excessiva do papel origina junção de letras e uma inclinação ínfima origina separações excessivas). Pode contar-se com a ajuda de cadernos, em especial dos quadriculados, que permitem à criança delimitar os espaços entre palavras de forma controlada, deixando dois ou três quadrados de separação entre cada palavra. A criança vai-se assim habituando aos espaçamentos.

Uniões ou ligações inapropriadas – as perturbações da ligação entre as letras podem dever-se a um inadequado conhecimento do grafema ou da sua execução, tendo como resultado a incorrecção dos traços de união, pelo que a reaprendizagem dos grafemas favorece a intervenção, tal como sucede nos erros relativos à forma das letras. Os exercícios que podem ser executados são:

- Exercícios de repasse de palavras ou frases em papel pautado, sem levantar o lápis;

- Exercícios de cópia de palavras, sem levantar o lápis;

- Exercícios de realização de ligações correctas em textos em que faltam as uniões entre as letras;

- Exercícios de correcção de ditados e composições próprias, completando ou reformando as uniões incorrectas.

Factores Psicomotores


Fonseca (2007) no seu livro "Manual de Observação Psicomotora" apresenta-nos os 7 factores psicomotores. Tomando como referência o modelo neuropsicológico de Luria, consideram-se , então, esses 7 elementos básicos básicos da psicomotricidade: tonicidade, equilibração, lateralização, noção de corpo, estruturação espácio-temporal, praxia global e praxia fina, que se encontram interligados em estreita relação. Em termos ontogénicos também se confirma a hierarquização vertical do modelo luriano.

Tonicidade: factor base da psicomotricidade que está relacionada com a função de alerta e de vigilância do nosso corpo. Assegura a preparação da musculatura para as múltiplas e variadas formas de actividades postural e práxica, pelo que toda a motricidade necessita do suporte da tonicidade. Pode ser de repouso (relaxamento e auto-relaxamento) e de acção. 

Equilibração: condição básica da organização psicomotora, visto que envolve uma multiplicidade de ajustamentos posturais antigravíticos que dão suporte a qualquer resposta motora.

Lateralização: função psicomotora que integra os dois lados do corpo permitindo uma melhor orientação no mundo exterior, relativamente ao seu corpo.

Noção de corpo: representação mental que consiste na integração das partes do corpo que participam no movimento e das relações que elas têm de estabelecer entre si e os objectos externos.


Estruturação espácio-temporal: A Estruturação Espacial envolve a tomada de consciência da situação do próprio corpo num meio ambiente, a tomada de consciência da situação das coisas entre si e a possibilidade, para o sujeito, de se organizar perante o mundo que o cerca. A estruturação temporal põe em jogo a recepção, o processamento e o armazenamento rítmico.


Praxia Global: envolve os movimentos de todo o corpo e de grandes segmentos corporais, põe em jogo a organização da actividade consciente e a sua programação, regulação e verificação.

Praxia Fina: envolve os movimentos precisos das mãos e dos dedos evidenciando a velocidade e a precisão dos movimentos finos e a facilidade de reprogramação de acções à medida que as informações táctilo-perceptivas se ajustam às informações visuais.

Actividades para Sala de Aula

Cinel (2003), no artigo "Disgrafia - prováveis causas dos distúrbios e estratégias para a correcção da escrita"  apresenta as seguintes actividades a serem realizadas em contexto de sala de aula:

 


 


 

 

 

Características da escrita disgráfica


Cinel (2003), no artigo “Disgrafia. Prováveis causas dos distúrbios e estratégias para a correcção da escrita” apresenta alguns indicadores que permitirão identificar, com segurança, crianças com disgrafia:

- rigidez no traçado – o aluno pressiona demasiado o lápis contra o papel;

- relaxamento gráfico – o aluno pressiona debilmente o lápis contra o papel;

- impulsividade e instabilidade no traçado – o aluno demonstra descontrole no gesto gráfico; o traçado é impulsivo, apressado, confuso, com a escrita irregular e instável;

- lentidão no traçado – o aluno demonstra um traçado arrastado, lento, tornando evidente um grande esforço de aplicação e controle;

- dificuldades relativas ao espaçamento – o aluno deixa espaço irregular (pequeno ou grande demais) entre letras, palavras; não respeita margens; amontoa letras;

- dificuldades relativas à uniformidade – o aluno escreve com letras grandes demais (macrografia) ou pequenas demais (micrografia) ou mistura ambas; mostra desproporção entre maiúsculas e minúsculas e entre as hastes;

- dificuldades relativas à forma das letras, aos ligamentos e à inclinação – o aluno apresenta deformação no traçado das letras; evidencia falta de ligamentos entre as letras; inclina-as demasiadamente para a esquerda, para a direita ou para ambas as direcções.



Com base nestas informações, poderá ser feito um diagnóstico das possíveis dificuldades de seus alunos, fazendo o registo de suas observações na Ficha para Recolha  de Dados que a autora sugere.



O que são realmente são as dificuldades de aprendizagem?



Camara (2008) no texto 1 do artigo “Dificuldades e Aprendizagem” refere que a literatura sobre as dificuldades de aprendizagem se caracteriza por um conjunto desestruturado de argumentos contraditórios. Apesar do conceito de dificuldades de aprendizagem apresentar diversas definições e ainda ser um pouco ambíguo, é necessário que tentemos determinar ao que fazemos referência com tal expressão ou etiqueta diagnóstica, de modo que se possa reduzir a confusão com outros termos. 



Elementos de definição mais relevantes:  

- A criança com transtornos de aprendizagem tem uma linha desigual no seu desenvolvimento.

- Os seus problemas de aprendizagem não são causados por pobreza ambiental.

- Os problemas não são devidos a atraso mental ou transtornos emocionais.

Só é procedente falar em dificuldades de aprendizagem quando os alunos: 

- Têm um quociente intelectual normal, ou muito próximo da normalidade, ou ainda, superior.

- O seu ambiente sócio-familiar é normal.

- Não apresentam deficiências sensoriais nem afecções neurológicas significativas.

- O seu rendimento escolar é manifesto e reiteradamente insatisfatório.

Frequentemente apresentam problemas nos seguintes campos:

- Actividade motora: hiperatividade ou hipoatividade, dificuldade de coordenação…
 
- Atenção: baixo nível de concentração, dispersão…
 
- Área verbal: problemas na codificação/ decodificação simbólica, irregularidades na lectoescrita, disgrafias …
 
- Emoções: desajustes emocionais leves, baixa auto-estima …
 
- Memória: dificuldades de fixação …
 
- Percepção: reprodução inadequada de formas geométricas, confusão entre figura e fundo, inversão de letras …
 
- Sociabilidade: inibição participativa, pouca habilidade social, agressividade.

Orientações para pais e educadores

Oliveira (2008) no prefácio do artigo “Dificuldades e Aprendizagem” refere que se torna necessário orientar família e professor, para que juntos, possam encontrar orientações para lidar com alunos/filhos, que apresentam dificuldades e/ou que fogem ao padrão de aprendizagem. A autora propõe as seguintes indicações:

- Promover o estabelecimento de uma relação de confiança e colaboração com a escola;
- Escutar mais e falar menos;
- Informar os professores sobre os progressos feitos em casa em áreas de interesse mútuo;
- Orientar para que os pais estabeleçam horários para estudar e realizar as tarefas de casa;
- Orientar o desenvolvimento de interesse e entusiasmo pelos estudos;
- Desenvolver estratégias de modelação;
- Estimular aos professores para que aprendam com os alunos em vez de só quererem ensinar;
- Estimular os pais para que valorizem sempre o que o filho faz, mesmo que não tenha feito o que foi solicitado;
- Disponibilizar materiais para auxiliar na aprendizagem;
- É preciso conversar, informar e discutir com o aluno sobre quaisquer observações e comentários emitidos sobre ele.

Avaliação das DA

Correia & Martins (1999), no livro “Dificuldades de aprendizagem: O que são? Como entendê-las?”, apresentam uma lista de verificação que tem por base a Escala de Comportamento Escolar (Correia, 1983) e uma lista de verificação do Centro Nacional Americano para as Dificuldades de Aprendizagem (1997), onde está agrupado um conjunto de sinais que podem ser indicadores de DA.

 

Para além dessa lista de verificação, os autores apresentam, no quadro seguinte, quatro listas por nível escolar (Levine, 1990), contendo um conjunto de primeiros sinais a observar no que diz respeito às DA.